terça-feira, outubro 31, 2006

Enquanto houver...


Enquanto houver um sorriso
Enquanto houver um fascínio
Vento a soprar-nos na cara
E a roupa a tocar a pele
Enquanto houver companhia
No avesso do caminho
Podem rasgar-nos a alma
Que há-de sobrar poesia

Enquanto lançarmos sonhos
Com a força da maré
E desvendarmos o mundo
Entre incertezas e fé
E as coisas oscilarem
Ao segredar-se uma jura
Podem rasgar-nos alma
Que há-de sobrar a ternura

Enquanto houver um disparo
Que rompa um silêncio vão
Enquanto o tempo doer
Ao escorregar-nos das mãos
E trocarmos a desculpa
Pela culpa da verdade
Podem rasgar-nos a alma
Que há-de sobrar-nos vontade

Mafalda Veiga

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Podia dizer que fiquei sem palavras... fiquei... mas ao dizer isso não ias perceber o por quê... porque fico sem palavras por muitas razões antagónicas...

Hoje tinha um rasgo na alma...
daqueles q doem e nos desviam o pensamento, daqueles que n gostamos de mostrar e que passamos o dia a disfarçar com piadas e sorrisos fingidos...
mas ao fim do dia houve um sorriso (um dos unicos q conheço q ilumina o mundo)... e iluminou-m a alma...
talvez por ter sido só um sorriso... um sorriso sem motivo... terno, inocente, sincero, desinteressado...

fez-m lembrar q ainda há pessoas assim: ternas, inocentes, sinceras, desinteressadas...

E agora vim ao teu blog e vejo o poema (mafalda veiga q adoro) e parece ter sido escolhido pra mim... e não consigui deixar d escrever...
N gosto de dizer estas coisas na internet.. mas enfim...
Obrigada lisa pelo poema

10:41 da tarde  

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